27.2.04

CARNAINDIE 2004
ou 3 cariocas, 2 pseudo-cariocas, 2 paulistas e a orgia do Morumbi

Prontos para o perrengue da estrada, pegamos o �nibus na sexta à noite. Cinco horas, quarenta minutos e um filme da Goldie Hawn depois: S�o Paulo. O t�xi vermelho paulistano nos levou, pontualmente, at� o hotel da Zona Sul.

S�bado inteiro para aproveitar as acomoda��es de primeira. Comida-Playstation-TV-DVD-som-internet. Visita da Ligia e da Chiara à tardinha. À noite, Trash 80s. Piripiri com performance exclusiva pra mim. Padaria, cheeseburguer no caf�-da-manh�, mu�ulmana na fila do p�o.

Almo�o de domingo by Chiara. Filial de pr�-escola preparando a decora��o do Carnaval da Trash. Mentirinhas pra ir at� a rodovi�ria buscar a surpresa sem que a Ligia desconfiasse. Mas ele de camisa xadrez Jason Lee nunca fica inc�gnito. Basta juntar este povo e voc� j� tem uma festa! P�o de queijo, vaca louca, montinho, sete pessoas na mesma cama.

Pra n�o esquecer (completamente) que era carnaval, fiz quest�o de assistir a um desfile, com a TV muda, num grande exerc�cio de interpreta��o. A� que o Jo�osinho Trinta mereceu a demiss�o depois de ter cometido uma ala com o nome de Unic�rnios do Para�so.

Segunda, eu com todo o meu vasto conhecimento da cidade, guiei o reso at� o Chicohamburger, porque comida boa nunca � demais. De l�, fomos encontrar a Kl� na padaria, e rumamos em busca do Laser Shots no Villa Lobos. Como n?o encontramos, fomos de Playland mesmo. Mocinhas em foto de m�quina japa, mocinhos colocando pra fora o Backstreet Boy que existe dentro de cada um. Sensacional! DVD's alugados, festinha! Pizza, conversa de cozinha, sorvete. Fotos, Xou da Xuxa 1 e 2. Quem precisa de reputa��o?

Ter�a-feira, �ltimo dia. A chuva, surpreendente ja que S�o Paulo � uma cidade t�o seca, atrapalhou os planos de Hopi Hari. Como n�o deu pra sacolejar na montanha-russa de madeira, fomos comer. Mais. Dessa vez no America. Meninos brincando no Laser Shots, meninas fazendo compras. Mais tarde, mapa pra chegar at� o Carnaval da Trash. Lija hostess, John Galliano e Cal�gula. Muito cafun� at� o dia seguinte.

Ent�o chegou a quarta-feira, e n�s quatro voltamos pro Rio, fim da orgia (gastron?mica). Das grandes dimens�es para as pequenas. Foi bom, muito bom. Mas melhor ainda � saber que tudo de melhor veio junto comigo. E continua.


Elenco: Merino, o que dorme at� com 3 pessoas se jogando em cima; Rach, a man�aca do secador; Gabrig, o que acha que Jornal Nacional n�o � bom porque n�o rima; Ligia, o pierrot manco; Kl�, a que n�o ouve m�sica contempor�nea; Klein, o homem do carro vermelho; Majuia, a baiana de kilt.

19.2.04

19 de Fevereiro de 2003 - H� um ano o Piloto ia ao ar. Come�ou assim:


PILOTO

Eu relutei. Disse dezenas de vezes que n�o teria um blog. Mas fui vencida. N�o, ningu�m me obrigou ou convenceu a fazer um, eu simplesmente quis experimentar.
O que esperar? Cotidiano, piadas internas, futilidades, saudosismo e muito, muito sentimentalismo barato. Bem-vindo!



Acho que cumpri a sinopse. A programa��o foi respeitada, sem grandes per�odos de aus�ncia. De um j� s�o tr�s. À audi�ncia, seleta e fiel, grata.

Pra comemorar, a estr�ia da terceira temporada. Em breve.
Hoje eu senti uma saudade bizarra da minha m�e.

Depois de chorar um pouco, eu mesma tentei justificar o que senti associando com o anivers�rio dela, que est� chegando.

Imediatamente me dei conta de que eu n�o preciso ter motivo pra sentir saudade. Porque este � um h�bito escroto que todos n�s cultivamos. Parece que anivers�rio, finados, dia das m�es, anivers�rio de morte s�o os dias oficiais de ficar triste.

D� medo pensar que faz dois anos. E que logo far�o cinco. Dez. Porque parece que, conforme o tempo passa, voc� vai perdendo o direito de ficar triste. De ter ondas de saudade como esta que eu tive hoje. Quando a morte � recente, todo mundo se solidariza.

Claro que as pessoas v�o se acostumando com a perda. Eu j� me acostumei, faz muito tempo. Mas, mesmo n�o deixando de viver a minha vidinha com alegria, tamb�m n�o quero perder o direito de lembrar dela, chorar, lamentar, lavar o rosto e ir em frente.

Saudade eu vou sentir pro resto da vida. Sem precisar de justificativa.

18.2.04

Toda fam�lia tem gente legal e gente que voc� atura apenas por ser parente. Pertencer a uma fam�lia n�o diz nada a respeito da afinidade entre as pessoas. O bonito � quando voc� admira de verdade algu�m que, por coincid�ncia, tem a mesma origem que voc�. Mesmo sangue.

Ent�o que eu estou falando isso tudo porque hoje, sem saber bem por qu�, pensei no meu tio. T�, eu tenho um monte de tios. Mas este � o MEU tio.

Lembro-me perfeitamente da noite de ano novo (94 pra 95) em que eu descobri que um tio podia ser uma pessoa. Eu e ele conversamos a noite inteira sobre cinema. Doutor Jivago, europeus, americanos.

O meu tio � a pessoa mais inteligente e culta que eu conhe�o. Aut�ntico nerd, entende de m�sica, pol�tica, astronomia, ci�ncia, hist�ria, cinema, marcenaria, economia. Eu acho que o meu tio deveria abrir um blog.

Estar com ele significa ficar acordada a madrugada inteira. Porque ele tem ins�nia. Conversar, dar gargalhada com as palha�adas, cantar �pera, ver DVD do Paul McCartney, ouvi-lo tocar viol�o.

Agora, terminando este post, lembrei o que me fez pensar no meu tio repentinamente: os Beatles no Ed Sullivan, passando na TV mais cedo.

Este � o tipo de refer�ncia que ele me deu.

17.2.04

C�u cinza, horizonte urbano, frio, 24 horas, diversidade.

Quando chego sinto bem-estar, familiaridade, como quem volta pra casa.

A 23, o centro, a Paulista, a 25, a marginal Pinheiros, a USP. O Chicohamburger, o UCI do Jardim Sul, os McDonald�s, o Shopping Ibirapuera, o Extra Mappin, o Fifties. A Ligia, a padaria.

A cidade � linda. Do seu pr�prio jeito, sem rivalidade boba.

Sexta eu vou rever S�o Paulo.
Sonhei que esquecia a bolsa no metr�.

Todos os meus documentos, fotos 3x4, cart�es de cr�dito, tudo perdido. Mas no sonho a �nica coisa que eu lamentava ter perdido era o meu cord�o com o pingente da Estrela.

Este � o n�vel de import�ncia que eu dou à est�tica.

12.2.04

Eu observo se as pessoas que eu amo est�o respirando enquanto elas dormem.

10.2.04

H� dias em que sinto vontade de ir dormir e acordar com 40 anos, na minha cama, no meu quarto, na minha casa, ouvindo o barulho do banho que o meu marido est� tomando no nosso banheiro, preocupada com a hora de levar o meu filho na escola.

Simples assim.

4.2.04


Razão e Sensibilidade.



Very good, indeed.

3.2.04


É tão ruim quando a gente não consegue dormir assim que deita na cama, néam?

Ficar pensando nos problemas, nas soluções, no que não tem solução, no que tem que ser feito amanhã, nos problemas dos amigos, nos amigos, nas vontades, nas saudades, naquela música, naquele filme, nas mágoas...

Até conseguir.