Eu sou grande fã de filmes de romance.

Antes do Amanhecer sempre foi um dos meus filmes preferidos. Exatamente porque é extremamente romântico sem ser piegas. Sem apelar pro tã-tã-tã-tãããããn ao fundo quando o casal se encontra. Porque é real, sobre pessoas.

Quando vi o trailer de Antes do Pôr-do-Sol, fiquei ansiosa e com medo do que viria pela frente. Todo mundo sabe como seqüências podem ser perigosas. A possibilidade de estragar o clima do primeiro filme era muito grande.

Aí a tão temida e aguardada continuação estreou no Festival do Rio. Assistimos nós e eles. Logo nos primeiros dez minutos, o alívio: a mesma atmosfera está lá. Jesse e Celine são as mesmas pessoas, nove anos mais velhas. Com tudo o que nove anos na vida de alguém fazem diferença.

É engraçado, muito bem escrito e bem atuado (tanto que até os rapazes que não viram o primeiro filme também gostaram). E continua real, talvez ainda mais que o primeiro. Todos os elementos que fizeram do filme anterior especial estão lá, mas amadurecidos. Nove anos mais velhos.

Pessoalmente, admitindo os dois filmes como uma obra só, me fascina a idéia dos dois terem se conhecido de verdade em apenas um dia juntos, em Viena. O reencontro só reforça como tudo havia sido profundo. Mais do que muita gente consegue convivendo uma vida inteira.

Joaquim José da Silva Bastos, português, fixou-se no norte do estado do Rio de Janeiro por volta de 1840, casou-se com a brasileira Bárbara Alvim. O casal teve 12 filhos, entre eles o avô do meu avô, o Coronel Pedro Bastos.

Uma prima do meu avô resolveu reunir todos os descendentes de Joaquim José em um livro: Os Bastos - Memórias de uma Família. Todos nós estamos lá, nas árvores e nas fotos dos ramos das famílias. Eu acho ótimo ter fotos e registros dos antepassados.

O livro ainda traz histórias, registros cafeeiros e fotos das fazendas nas quais a família surgiu e cresceu. Como a Fazenda da Cachoeira, que ainda está perfeitamente conservada em seu estilo Colonial Português, desde 1767.

É como se os Bastos fossem personagens de uma novela do Benedito Ruy Barbosa.

Então acabou o inverno, néam?

E com ele a alegria de dormir sem ventilador. De sair bem vestida. De não derreter nos ônibus. De dormir de pijama. De ficar em casa de casaco de moletom. De tomar chocolate quente. De conseguir assistir aula na sala que pega o sol da tarde. De caminhar pela rua sem voltar escorrendo de suor. De acordar com preguiça de sair da cama quentinha.

O inverno acabou e a brincadeira de usar cachecol também.

YAY!

MEMORABILIA

Passei o dia arrumando gavetas, dobrando roupas, separando o que fica e o que vai. Parece chato, mas adoro. Como se organizando os objetos eu colocasse os pensamentos no lugar, ao mesmo tempo.

Durante a arrumação, encontrei coisas que trouxeram bons momentos de volta. Como um zine da Loud! rabiscado com anotações minhas e do Gabrig para os preparativos da BizarroKids I, há dois anos. Desenhos e bilhetes que ganhei de pacientes do Pinel. Fotos velhas. Cartas que recebi de gente que se preocupou. A caixa de lápis de cor que eu tenho desde a primeira série, com a minha letra infantil informando o meu nome.

Fico feliz de ser uma pessoa guardadeira. São essas coisas que eu escolheria salvar se a minha casa estivesse em chamas. Que são insubstituíveis, que dizem sobre a minha história.

Sempre achei que nunca fariam a continuação...

Mas já que resolveram fazer, tomara que seja tão lindo quanto o primeiro e que não destrua a magia do anterior. Já espero ansiosamente.