10.9.03


Ele está de volta. O mestre. Incomparável. É grande mas vale a pena.


A cumplicidade do automóvel

De longo tempo, a esta parte se vem dizendo, aliás muito justamente, que o automóvel deixou de ser veiculo de luxo, para tornar-se um instrumento de trabalho e de progresso. Um instrumento de civilização. Está certo. E é verdade.

Isso, entretanto, não impede que haja automóveis feitos especialmente para serem veículos de luxo. Não impede, igualmente, que o mesmo veiculo que, durante os dias úteis serve para o trabalho, venha a servir para outra coisa nos dias não-úteis - e também nas noites de todos os dias, úteis e inúteis. Essa "outra coisa", para a qual o automóvel serve, é o amor.

Está claro que, na grande maioria de casos assim, a môça que, depois de duas ou três horas de passeio, desce do citado carro, não é mais tão inexperiente como aquela que nele entrou - e que nunca mais ela será o que era antes.

Modernamente, a cumplicidade do automóvel se combinou com a cumplicidade da roupa feminina - da minissaia. Ninguém concebe que o môço que vai ao volante de um belo carro, e que tem ao seu lado uma jovem de minissaia a descobrir-lhe mais da metade das coxas, afaste de si a tentação de, no mínimo, bolina-la. Isso, no mínimo.

E ninguém concebe que não seja exatamente para originar essa tentação que a minissaia foi inventada - e é usada pelas mulheres. Minissaia e automóvel formam uma combinação poderosa. De tal ordem, que talvez não haja homem válido que, não lhe sinta a influência, nem mulher "animada" que não se submeta, gostosamente, aos efeitos de tal influência.

Aí está uma verdadeira conspiração contra a virgindade das môças - o que constitui, para elas, um sério percalço, desde que pretendam casar-se em paises sexualmente subdesenvolvidos, ou ainda em desenvolvimento. E aí está, igualmente, uma dificuldade de escolha, para os moços que, certa ou erradamente, não gostariam de casar-se com... órgãos sexuais femininos de segunda-mão...


Raul de Polillo

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