14.10.04


Um dos indícios de que se está mesmo ficando velho é reparar que você tem memórias consistentes que datam mais de dez anos. Há 11 fui com mais três amiguinhas da escola ao teatro: Confissões de Adolescente.

Aí que foi toda uma experiência, a peça exerceu um fascínio na versão 14 anos de mim. Claro que hoje tudo soa meio imbecil, mas àquela altura foi importante ver representada a dor do adolescer bem ali na minha frente. Ou vai ver que foi só a parte estética que me seduziu, com os vestidinhos floridos do figurino, inesquecíveis.

Então eu comecei a escrever minhas próprias impressões sobre as mudanças bizarras dessa fase. Expressava no papel (com a máquina de escrever que hoje é o peso de porta do meu quarto) a inadequação, a busca pela identidade, as grandes verdades absolutas, ideais pro futuro.

Claro que esses escritos não sobreviveram à auto-crítica cruel da adolescência. O livro autografado da Maria Mariana, no entanto, continua aqui. Junto com ele, minhas lembranças dessa época.

De certa forma, a vida de hoje e as coisas que eu escrevo nos blogs não é muito diferente daqueles textos juvenis. Os conteúdos são mais ou menos os mesmos.

Até sobre os vestidinhos.

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